O plexo braquial é um conjunto de nervos entrelaçados que provêm da medula espinal das zonas cervical e toráxica. A sua função é proporcionar sensibilidade e movimento aos membros anteriores.
A avulsão do plexo braquial é um “puxar” destes nervos, produzido por uma tração brusca da pata. É uma lesão típica em atropelamentos, quedas em altura e pisadas. Também pode ser consequência de uma fratura.
O que veremos no nosso animal
Dependerá muito da gravidade da avulsão. Veremos um ou vários destes sinais clínicos:
- Incapacidade para aguentar o seu peso com a pata afetada.
- Incapacidade para manter a postura correta da pata (déficit de proprioceção).
- Atrofia muscular severa (começa-se a ver uma semana depois do acidente).
- Em casos graves há insensibilidade da articulação.
- Pode haver contração da pupila do olho do mesmo lado da lesão (Sídrome de Horner), devido a lesões em nervos próximos.
Como se diagnostica
Para diagnosticar uma avulsão do plexo braquial, o veterinário baseia-se na ficha clínica do animal (quedas passadas, atropelamentos, etc.), nos sinais clínicos que mostre e nos exames eletrofisiológicos. Em casos graves, em que se suspeite de danos na medula espinal, pode requerir-se o uso de Ressonância Magnética (RMN) ou Tomografia Computorizada (TAC).
Como se trata
Existem dois tipos de tratamentos, dependendo do estado do animal.
1. Conservador
- Fisioterapia agressiva: sempre sob a supervisão de um profissional. Encontre mais informação sobre a fisioterapia em animais de estimação aqui.
- Ligaduras/talas: para proteger a pata e manter uma posição correta.
- Eletroestimulação: esta tem avançado muito nos últimos anos e agora é até possível aplicá-la em casa pelo próprio dono graças aos kits de TENS.
2. Cirurgia corretiva
Aplicável em alguns casos leves por avulsões parciais. Pode fazer-se uma transposição tendinosa ou uma artrodese carpal (imobilização do carpo).
Qual podemos esperar que seja a evolução
Se a sensibilidade à dor da pata está presente, a evolução é normalmente favorável. No caso de não haver sensibilidade, a evolução não é favorável. Em alguns casos, requere-se a amputação da pata, para assim evitar feridas e automutilações, ou o uso de talas rígidas.
Laura Pérez
Veterinária