Termoterapia
A termoterapia consiste num grupo de terapias que utiliza o calor para favorecer o restablecimento das lesões ou dos transtornos do aparato locomotor. O ultra-som contínuo é o mais utilizado. Este aumenta a temperatura do tecido a nível local e tem um efeito anti-inflamatório. Existem vários tipos de onda (as micro-ondas, onda curta, etc) e diversos centros hípicos têm salas com infra-vermelhos. O efeito quente da luz infra-vermelha é muito superficial.
Os ultra-sons utilizados em fisioterapia podem variar entre 0.5 e 3 MHz, dependendo da profundidade a que se quer trabalhar. Um ultra-som de 0.5-1 MHz pode chegar até 8-12 cm de profundidade. A emissão de ultra-sons, se não usada corretamente pode danar os tecidos, ocasionando queimaduras fortes ou irritando o periósteo, uma membrana particularmente sensível ao feixe ultra-sónico. Os ultra-sons utilizam-se para tratar fibroses, tendinites, bursites, inflamações traumáticas localizadas, lesões musculares, entre outros.
Estimulação elétrica
Podem utilizar-se estimuladores musculares para trabalhar grupos musculares concretos, quer estejam parcialmente desnervados ou tenham perdido a sua funcionalidade ou força por várias razões.
Corrente antálgica
Existem diferentes formas de onda que determinam grupos de correntes diferentes com efeito antálgico. Podem distinguir-se entre as mais utilizadas nos dias de hoje as: Correntes Estimuladoras Russas, correntes de Traebert, corrente Faradica, corrente interferencial ou TENS (Transcutaneus Electrical Nerve Stimulation).
O mecanismo de ação varia de acordo com os parâmetros utilizados: intensidade, frequência, amplitude. Pode atuar-se estimulando a geração de endorfinas a nível sistémico (aumento de até 22%), ou pelo mecanismo do sistema de Gate Control System. As correntes antágicas utilizam-se em dorsos com dor, contraturas musculares ou processos álgicos dos membros.
Laser
Há diferentes tipos de lasers de baixa intensidade, “Low Energy Laser Therapy” (LELT), dependendo do diodo que produza a polarização do feixe luminoso.
Nos dias de hoje ainda é controversa a profundidade a que chega o feixe e o efeitos fisiológicos nos tecidos.
O efeito cicatrizante e antálgico do laser determinam as suas principais aplicações: cicatrização de feridas, reparação tendinosa, etc.
Tem-se vindo a desenvolver o laser de alta intensidade, um novo conceito de laser que neste caso é de tipo IV, centenas de vezes mais potente que o laser de baixa intensidade, e que abriu portas a novas terapias de reparação tendinosa e ligamentosa.
Magnetoterapia
A eficácia da magnetoterapia nos tecidos moles é questionável. Ainda assim utilizam-se mantas magnéticas para relaxar a musculatura, prepará-la para uma competição, aumentar o trofismo, etc.
Os efeitos benéficos nos atrasos de consolidação óssea são muito mais evidentes na literatura científica. Problemas de pseudoartrose, descalcificações ou fraturas que não consolidam com rapidez podem ter como boa solução a magnetoterapia.
Crioterapia
A aplicação de gelo tanto em fase aguda como em subaguda e até crónica é um dos tratamento mais utilizados por fisioterapeuras pelo seu enorme potencial anti-inflamatório e hiperemiante.
Em qualquer processo inflamatório traumático agudo a aplicação de gelo durante 20-30 minutos cada duas horas impede que se forme edema na zona. Existem ferramentas específicas para aplicar a crioterapia em cães que facilitam muitos a sua aplicação
Terapia manual
Os alongamentos e a massagem são as ferramentas clássicas dos fisioterapeutas para reduzir tensões musculares, contraturas, aumentar o trofismo muscular, reduzir a fadiga, prevenir lesões músculo-tendinosas, ajudar a drenar processos de estase venosa ou linfática, etc.
A indicação de exercícios, a hidroterapia ou talassoterapia (banhos no mar), a utilização de pesos, ligaduras, etc., são outros exemplos de técnicas terapêuticas utilizadas pelos fisioterapeutas.
Lista de patologias mais comuns em fisioterapia e reabilitação canina e felina
As patologias músculo-esqueléticas mais comuns que podem ser tratados com fisioterapia e reabilitação em pacientes jovens, adultos e idosos são:
1- Na coluna vertebral
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Fraturas
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Listeses
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Discopatias
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Protrusão discal
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Paresia
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Paralisia
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Tetraplegia
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Síndrome de Wobbler
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Síndrome de Cauda Equina
2- No membro anterior
Ombro:
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Luxação
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Osteocondrite dissecante do úmero
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Tenossinovite bicipital
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Osteoartrite
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Lesões neurológicas periféricas
Cotovelo:
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Processo ancóneo
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Processo coronóide
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Luxação
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Osteocondrite
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Osteoartrite
Carpo
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Lesões traumáticas
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Hiperextensão carpal
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Lesões ligamentosas
3- No membro posterior
Anca:
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Osteotomia pélvica
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Osteotomia de cabeça e pescoço do fémur
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Redução da luxação coxofemural
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Substituição da anca
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Displasia da anca
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Osteoartrite
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Lesões neurológicas periféicas (ciático)
Joelho
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Ligamentos cruzados
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Luxação da patela
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Osteocondrite dissecante do joelho
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Osteoartrite
Tarso
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Fraturas
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Luxações
4- Em geral
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Distensões
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Lesões tendinosas e ligamentosas
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Fraturas patológicas
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Cicatrização de feridas
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Espondiloses
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Artropatias
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Osteossíntese
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Discopatias